Friday, June 23, 2006




R I O - C H U Í - R I O
Esta foi a minha primeira grande viagem de carro, no total, foram 7240 Km percorridos entre o RJ-Chuí-RJ Nestas fotos, Portão de Gramado e Fronteira com Uruguai no Chuí.Post:
Esta história foi vivida e escita por Paulo Cesar da Rocha e Silva. Esta viagem aconteceu em dezembro de 1996. Saí do Rio de Janeiro de carro, sozinho, fui até o Chuí e voltei pelo litoral, foram 20 dias inesquecíveis. Saí domingo de manhã e fui até São Paulo para casa do meu irmão. Não tinha um planejamento, porque decidi na sexta, arrumei as coisa no sábado, e parti no domingo. Fui de Fiat Uno e levei uma barraca, a idéia era acampar em alguns lugares, e em outros, procurar pousadas. Também levei uma prancha de surf , e um material para mergulho, além de uma máquina fotográfica Zenith, que tirava foto sozinha, bastando girar o cronômetro e correr pro local focado. Com esse material no carro, cheguei a São Paulo com a idéia de viajar até o ponto extremo sul brasileiro, o Chuí. Meu roteiro começou na segunda-feira , sairia cedo com destino a Vila Velha no Paraná. Saí por volta das 8, fui em direção a Sorocaba pela rodovia SP 270, depois peguei a SP 127 em direção a Capão Bonito, entrei na SP 258, passando por Itapeava, Itararé (na fronteira com Paraná), continuei na mesma Rodovia agora já com o nome de PR 151, e fui até Ponta Grossa, Vila Velha é do lado, e cheguei no começo da tarde, depois de dirigir mais de 400 Km, parando em alguns lugares rapidamente para tirar fotos. Iria finalmente conhecer o Parque Estadual de Vila Velha, localizado no município de Ponta Grossa, ele possui uma área de 3.122 hectares. Comecei conhecendo Furnas onde desci em um elevador até um espelho d’água , são vários assim, parecem piscinas, são arredondadas, e já estão nessa formação geológica há mais de 300 milhões de anos. Conheci a Lagoa Dourada, com 320 metros de diâmetro é de uma beleza incrível, sendo proibido é claro o banho, a lagoa é repleta de peixes. E finalmente fui ver as esculturas de arenito, originadas pelas mudanças climáticas e a ação dos ventos, surgiram vários formatos que lembram, bota, camelo, índio, proa de navio, esfinge, garrafa, e a famosa taça. Levei uma hora e meia só nesse parque, e mais uma hora e meia em Furnas e na Lagoa Dourada. Com sol forte, depois de consumir algumas garrafas de águas minerais, e várias fotos tiradas, resolvi pegar a estrada, consegui andar bem, e cheguei em Mafra já em Santa Catarina e na BR 116, antes das 20:00. Saí ás 6 com um pouco de frio, era só descer a BR até Porto Alegre. Nestas fotos, o carro e a barraca num dos vários acampamentos que fiz, e no Parque de Vila Velha, diante de uma das esculturas naturais.10 da manhã já comecei a descer a serra gaúcha, e almocei um espeto corrido em um restaurante na entrada de Gramado. Paguei 3 reais,, eram 11:30 hs e tava vazio ainda, dava direito a self service e churrasco que passava nas mesas, quando vi já estava com um prato só de carne, e outro só com legumes, fora a polenta, azeitonas, farofa, batatas fritas, e pasteis que ainda colocaram na minha mesa, quando saí 40 minutos depois, tava cheio, com fila para entrar, pelo visto, escolhi bem.. Desci a serra bem devagar, o sol querendo aparecer, a estrada bem florida de gardênias, formavam-se altos corredores e sentia-se o cheiro dentro do carro. Passei batido por Porto Alegre, continuando na mesma BR 116, ainda eram 17:00 hs e desceria um pouco mais, fui até a cidade de Quinta, já na BR 471, á última estrada brasileira, que me levaria até o Chuí., faltavam duzentos e poucos kms, as nossas últimas, ou as primeiras terras, e uma das mais incríveis que já vi. Fiquei numa pousada ao lado de um grande posto, já passavam das 21:00 e ainda tinha sol. Pude pegar muitas informações no posto e no hotel, como não dar bobeira com o carro lá, tirar fotos discretas, e depois sair, porque é fronteira, há cassinos no lado do Uruguai, etc. Saí ás 7:00 para o ataque final, 80 km depois já estava na estação ecológica do Taim. Só havia a estrada com lagoas nos dois lados, não tinha mais nada, são mais de 150 km de estrada, sem curvas, por isso que é bom pegar esta estrada de manhã, por causa da falta de atenção que pode ocorrer pela monotonia. Quase não tem acostamento, é puro pântano nos dois lados. Milhares de pássaros habitam aquelas áreas, que também estão repletas de peixes, e outros animais. A cidade do Chuí é muito pequena, sendo que em sua principal rua de comércio, fica de frente pra principal rua da cidade do Chuy do Uruguai, onde os camelôs que ficam no meio da rua, seriam uma suposta fronteira. Fui no arroio, nas Placas de fronteiras, e voltei uma hora depois, tinha conseguido completar esta parte do roteiro e agora voltaria pelo litoral pra conhecer algumas praias. A primeira foi a praia do Cassino, tentei surfar, mas a água tava tão gelada e o vento tão forte, que na primeira marola sai fora, voltei congelado pro carro e resolvi pegar estrada, fui até Tramandaí do Sul, onde dormi num camping na estrada. Acordei cedo, peguei uma hora de ondas em Tramandai, e sai para Torres que estava a menos de uma hora. Consegui um quarto numa pousada a uma quadra da praia, fui ver o mar, e as ondas não estavam boas, muito pequenas, resolvi dar uma volta a pé pelo centro, indo até o farol, onde o visual das praias são incríveis. Cheguei as 18:00 na Pousada, estava bem cansado, mas, carregava uma pizza grande, metade quatro queijos, metade camarão com catupiri, liguei o ar-condicionado e não saí mais. O cansaço venceu, e o silencio me fizeram ter uma noite bem tranqüila, acordando lá pelas 7: 00, fui checar o mar, mas estava sem onda e sem vento, voltei pra pousada, tomei um bom café, com pães, bolos, geléias, queijos, frutas..., e fui pra estrada novamente, queria chegar logo ao Farol de Santa Marta. Cheguei meio dia, procurei as cabanas no alto do morro, e consegui uma fácil, era de dois andares, só tinham outras duas ocupadas, o resto vazio, fora os quartos e lugares para acampar que a área disponibiliza Lá de cima dava pra ver umas linhas brancas no mar, e o pessoal da pousada falou que estava meio metro de onda. Fui dar uma caída, e só sai ás 17 hs, fiquei dois dias ali, era surf a manhã toda, almoço num barzinho, que geralmente servem prato feito com peixe, arroz, feijão e salada. Uma cochilada básica até ás 15:00, e recomeçava o surf até as pernas começarem a pesar, hora de sair, e tomar uma cerva vendo o sol ir embora lentamente. No outro dia era Natal, e resolvi pegar estrada e ir para Garopaba, tinha um endereço de um camping na praia da ferrugem. Fiquei dois dias e peguei o melhor mar de toda a viagem, surfei assim que amanheceu, depois de ter passado a noite de natal sozinho numa barraca, comendo um frango assado, com pão e vinho, veio o presente de papai Noel, ondas de 1 metro com parede longa e lisa, a série vinha com 4 ou 5 ondas perfeitas, fiquei mais de 2 horas surfando sozinho, depois entraram dois garotos com menos de 16 anos, e uns golfinhos, que apareceram sem avisar, os quais, apressaram a minha saída assim que vi as barbatanas enormes, lembranças do famoso filme de Spielberg, Tubarão, vieram logo na minha cabeça. Fui embora no outro dia de manhã, e duas horas depois já estava em Florianópolis. Fiquei num camping em frente a praia do Campeche, durante 3 dias, rodei, surfei, e mergulhei no último dia no Costão e na pedra careca da Joaquina, já não tinha mais onda, e a previsão era pra mais alguns dias. Resolvi então pegar a estrada e conhecer aquela região de Brusque, Blumenau, Pomerode, famosa pela imigração germânica, em décadas passadas. Dormi em Brusque, e no outro dia, peguei a BR 101 novamente, passei por Curitiba e lá pelas 15:00 horas cheguei em Peruíbe, litoral sul de São Paulo era o último dia do ano, a cidade estava cheia, e só consegui uma vaga num camping, porque havia um casal indo embora passar o reveillon em Santos. Queria conhecer a Estação Ecológica da Juréia que era do lado, mas não consegui a autorização, por causa das festividades. Fui de barco com um pescador (sr. João que me disse que tinha 60 anos), no dia seguinte, e depois de irmos a duas praias, encontramos um vigia da estação, que conhecia o pescador, e nos aconselhou a voltar, porque estava tendo muita invasão ao parque de pessoas armadas, com o intuito de caçar, e como sabemos, bala perdida é uma loteria. Noutro dia fui para o Guarujá, e dormi em Bertioga, numa pousadinha na praia. Acordei cedo e peguei estrada rumo a Itamambuca, surfei um pouco, o mar continuava pequeno, e com muita gente, resolvi ir para Parati. Arrumei uma pousadinha a 1 km do centro histórico, fiquei mergulhando até 19:00, depois fiquei comendo espetinho de camarão e peixe, ali na areia, uma cervejinha gelada me acompanhava naquele momento, em que o sol ia embora. Eu que presenciei vária vezes este espetáculo, em vários lugares, estava convicto da sua presença energética em nossa vida, e de sua importância no nosso ecossistema. Ultimo dia de viagem, mergulhei cedo e fui pra casa, era sábado e percorri os últimos kms da Rio-Santos, na maior tranqüilidade, pouco tráfego e muita blitz, e já com saudade dos últimos dias passados.ita blitz, e já com saudade dos últimos dias passados.